User:PROJECTO OLEKA PLANIFICA

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O que é a OLEKA PLANIFICA

A expressão “OLEKA” é de origem Kimbundo (uma das linguas nacionais de Angola), cuja a tradução em português se revê na expressão “Espaço”. O termo “OLEKA" quando combinado com a palavra "PLANIFICA” em Português Significa “Espaço de Planificação” para mapeamentos participativos ou colaborativos.

Esta iniciativa visa criar uma rede de mapeadores livres e independentes em todo país a partir de capacitação de comunidades, através dos seus cidadãos, de modo a contribuírem ativamente para o mapeamento de suas localidades, identificando necessidades, oportunidades e visualizar seus próprios ambientes, para uma tomada de decisão orientada e informada.

O projeto tem como base científica o conceito de ciência cidadã, com fortes intenções de promover o desenvolvimento sustentável e a inclusão das comunidades de todo o país, através do mapeamento participativo ou colaborativo.

Breve Contexto

Durante décadas, o acesso restrito a tecnologias de mapeamento e a falta de infraestrutura adequada dificultaram a coleta, análise e compartilhamento de dados geoespaciais em muitas partes do país. Entretanto, isso resultou em uma dependência de fontes externas de dados.

A dependência de fontes externas de dados geoespaciais Larrain, McCall, & Villalobos (2022) apontam que pode resultar em uma representação inadequada ou incompleta das realidades, ignorando as perspectivas e conhecimentos das comunidades locais. O que leva, ocasionalmente, a aplicação de políticas de intervenções que nem sempre atendem às necessidades específicas do contexto socioecónomico e ambiental local.

Souto, Menezes, & Fernandes (2021), fundamentam que uma sociedade sem acesso a tecnologias e conhecimentos adequados da sua realidade espacial tendem a enfrentar dificuldades em representar seus próprios interesses, identificar desafios locais e implementar soluções orientadas. Por outro lado, a ausência de uma comunidade de mapeadores independentes locais que utilizam recursos geotecnológicos livres representa não apenas uma lacuna técnica, mas também uma lacuna de capacitação, participação e representação.

Com isso, a existência de uma comunidade de mapeadores independentes que utilizam recursos geotecnológicos livres pode proporcionar um empoderamento das comunidades para participar ativamente do processo de mapeamento e tomar decisões informadas com base em dados geográficos.

Envolta deste contexto, o projeto Oleka Planifica surge como uma resposta a essa lacuna de acesso de informações geoespaciais, buscando capacitar as comunidades locais, para mapear e visualizar suas próprias realidades, identificar desafios locais e promover soluções orientadas localmente.

Sendo assim, a constituição do projeto Oleka Planifica visa ainda superar as barreiras históricas de escassez de dados geográficos ao fornecer ferramentas e treinamentos de mapeamento livre e participativo para promover um futuro mais inclusivo, participativo e sustentável para todas as comunidades no país (Anogola).

Suas Conexões

Ao estabelecer parceria com o Departamento de Geodemografia, Faculdade de Ciências Sociais, Universidade Agostinho Neto, sentem-se comprometidos em fornecer as ferramentas, conhecimentos e o suportes necessários para que os jovens angolanos se tornem agentes de mudança em suas próprias comunidades.

Acredita-se firmemente no poder do mapeamento participativo e colaborativo como uma ferramenta poderosa para o empoderamento local e o desenvolvimento comunitário.

Ao unir-se forças com as Comunidades do OpenStreetMap, YouthMappers e do UN_Mappers, busca-se criar um ambiente de aprendizado e colaboração onde os participantes possam adquirir habilidades práticas em mapeamento com tecnologias de informação geográfica (GIT) e ciência cidadã.

Objectivos

  1. Criar uma rede de mapeadores livres e independentes em todo país;
  2. Capacitar comunidades locais na utilização de ferramentas cartográficas para identificação e solução de problemas locais;
  3. Promover o desenvolvimento sustentável por meio da criação de mapas colaborativos e participativo que destaquem recursos, necessidades e potenciais de cada região;

Visão

Empoderamento Comunitário: Vislumbra-se um futuro onde todas as comunidades em Angola tenham acesso às ferramentas e conhecimentos necessários para mapear suas realidades locais. Acreditamos que ao capacitar as comunidades com habilidades em mapeamento, estamos capacitando-as para identificar desafios, definir prioridades e promover mudanças positivas.

Desenvolvimento Sustentável: Enxerga-se o mapeamento participativo como uma ferramenta essencial para promover o desenvolvimento sustentável em Angola. Ao permitir que as comunidades identifiquem seus recursos, desafios e necessidades, podemos colaborar de forma mais eficaz na implementação de soluções que atendam às demandas locais e promovam o bem-estar de todos os cidadãos.

Inclusão e Diversidade: Valoriza-se a diversidade de perspectivas e experiências que cada comunidade traz para o processo de mapeamento. Acreditamos em criar um ambiente inclusivo e acolhedor, onde todas as vozes são ouvidas e respeitadas. Ao promover a participação de indivíduos de todas as origens e idades, estamos construindo um mapa mais abrangente e representativo de Angola.

Colaboração Global e Local: Reconhece-se a importância da colaboração tanto em nível local quanto global. Estamos comprometidos em trabalhar em estreita colaboração com organizações locais, instituições acadêmicas, governo e sociedade civil para promover o uso eficaz do mapeamento participativo em Angola. Ao mesmo tempo, valorizamos a conexão com a comunidade global de mapeadores, compartilhando conhecimentos, recursos e melhores práticas.

Capacitação Contínua: Entende-se que o empoderamento através do mapeamento é um processo contínuo e em constante evolução. Comprometemo-nos a fornecer suporte técnico, treinamento e recursos educacionais para capacitar os mapeadores de Angola em todas as etapas de sua jornada. Ao investir na capacitação contínua, estamos criando uma base sólida para o crescimento e a sustentabilidade da comunidade de mapeadores independentes.

Desafios

  • Adoção da Tecnologia: A introdução de tecnologias de mapeamento participativo pode enfrentar resistência em algumas comunidades devido à falta de familiaridade ou acesso limitado a dispositivos digitais. Superar essa barreira exigirá esforços significativos de sensibilização e capacitação para garantir que todos os membros da comunidade possam participar plenamente do processo de mapeamento.
  • Engajamento Comunitário: Garantir a participação ativa e contínua das comunidades ao longo do projeto pode ser um desafio. Algumas comunidades podem inicialmente mostrar interesse, mas podem enfrentar dificuldades em manter o engajamento ao longo do tempo devido a questões como falta de tempo, recursos ou interesse. Será necessário implementar estratégias eficazes de engajamento e motivação para manter o interesse e a participação das comunidades ao longo do projeto.
  • Sustentabilidade Financeira: Dependendo da disponibilidade de financiamento externo, garantir a sustentabilidade financeira do projeto a longo prazo pode ser um desafio. Uma vez que o financiamento inicial seja esgotado, será necessário desenvolver estratégias para garantir recursos contínuos para apoiar as atividades de capacitação, suporte técnico e manutenção da infraestrutura de mapeamento.
  • Capacitação e Educação: Capacitar os membros da comunidade com habilidades em mapeamento participativo e tecnologias GIS pode ser um processo complexo e demorado. Alguns participantes podem enfrentar dificuldades em aprender novos conceitos ou tecnologias, o que pode exigir abordagens adaptativas de treinamento e suporte personalizado para atender às necessidades individuais de aprendizagem.
  • Conscientização e Reconhecimento: Promover a conscientização sobre os benefícios do mapeamento participativo e seu potencial para promover mudanças significativas pode ser um desafio, especialmente em comunidades onde a prática ainda não é amplamente reconhecida ou compreendida. Será necessário desenvolver estratégias eficazes de comunicação e advocacia para destacar os benefícios do projeto e ganhar o apoio das partes interessadas locais e institucionais.
  • Qualidade dos Dados: Garantir a precisão e a qualidade dos dados coletados durante o processo de mapeamento participativo pode ser um desafio, especialmente em áreas onde a infraestrutura de dados é limitada ou inconsistente. Será crucial implementar protocolos de coleta de dados robustos, fornecer treinamento adequado aos mapeadores e realizar verificações de qualidade regulares para garantir a confiabilidade dos dados produzidos.

Referências Bibliográficas

[1] [2]

  1. Larrain, A. Á., McCall, M. K., & Villalobos, J. M. (2022). Mapeo participativo y Cartografía social de conocimentos culturales históricos e arquiologicoos: recursos práticos para professores e estudantes universitário. Marelia, México: UNAM.
  2. Souto, R. D., Menezes, P. M., & Fernandes, M. d. (2021). Mapeamento Participativo e Cartoografia Social: Aspectos Conceituais e Trajectória de Pesquisa. Rio de janeiro: IVIDES.org